Há 40 anos o destino do Vapor Blumenau é uma preocupação para o blumenauense Pedro Nogueira da Luz, 70 anos, que agora veio de Curitiba onde mora, para ver de perto as obras de restauração do barco. Ele ainda lembra saudoso das várias histórias de seu pai, Alfredo da Luz, que começou a trabalhar no vapor em 1929, quando tinha 23 anos, contava. "Estou entusiasmado com as obras, sempre foi meu sonho ver este barco histórico restaurado. Quando ele for lançado na água es estiver funcionando como museu, para mim será a maior alegria. Trarei pessoalmente meus cinco netos para ver de perto aonde o bisavô deles trabalhou".
O presidente do Instituto Blumenau 150 Anos, uma das entidades responsáveis pela restauração do navio, Ricardo Stodieck, disse que já tem uma lista de pessoas que trabalharam e viajaram no Vapor Blumenau, para participarem da solenidade de inauguração, prevista para janeiro de 2001, quando será aberto à comunidade em forma de museu, abrigando toda a história da navegação do Vale do Itajaí. "Estamos preparando um vídeo com depoimentos destas pessoas e, com certeza, o senhor Pedro será um destes convidados especiais", afirma Stodieck.
HISTÓRIAS
"Tenho esperança que a minha luta não tenha sido em vão", dizia Pedro da Luz, em artigo publicado no Santa em 15 de junho de 1994, conclamando a população para participar da luta para recuperar a embarcação. Mas voltando ao passado um pouco mais, ele conta a história das viagens que eram diárias para Itajaí, transportando a produção alimentícia e textil de Blumenau com a capacidade para 30 passageiros.
Nas viagens pelo Rio Itajaí-Açu, os marinheiros esperavam o tempo passar jogando cartas. Segundo Pedro da Luz, o conferente de mercadorias sempre perdia e, chateado, disse certa vez: "Quero ver o diabo se vou colocar a mão nestas cartas de novo". Mas a promessa não foi cumprida e o conferente voltou a jogar, mas do que depressa Alfredo da Luz, resolveu se vestir de diabo, tirou a dentadura, pegou uma bandeira vermelha e por uma corda desceu até a vigia, espécie de janela do barco, e gritou para a sala onde eles jogavam: "jogando novamente seus vagabundos". O conferente chutou a mesa, deu um pulo de susto e até molhou as calças", conta Pedro da Luz. Segundo ele, depois daquele dia o conferente nunca mais jogou cartas com os amigos.
Com tristeza, Alfredo da Luz deixou de trabalhar no Vapor Blumenau, em 1956, para trabalhar na Rede Ferroviária picotando passagens e conferindo cargas. Ali ficou por mais 10 anos, até se aposentar. Mais tarde ele foi morar em São Paulo, onde faleceu. Mas suas histórias permanecem na memória do filho.
- Matéria publicada em 31/10/2000, no Jornal de Santa Catarina - Jornalista Marli Jardim
Parabéns pela iniciativa Milton. Muito bacana a intenção de levar adiante o trabalho iniciado pelo Tio Pedro, agora com a participação do Tio Ludwig, de procurar chamar a atenção das autoridades governamentais, e iniciativa privada, pela preservação de um importante agente do desenvolvimento de nossa região, que foi o Vapor Blumenau, e teve a participação efetiva de nosso "Vô Alfredo", com seu trabalho e dedicação.
ResponderExcluirJosé Edilson da Luz - Blumenau
Emocionante ver essas imagens! Bela iniciativa sua Milton, o Vapor Blumenau tem um lugar muito importante não só na nossa historia mas principalmente na história dessa região.
ResponderExcluirParabens !!!
Rosane Uchikawa - Maringa PR
Parabéns pela iniciativa!
ResponderExcluirPedro Nogueira da Luz Neto - Florianópolis/SC.