terça-feira, 29 de março de 2011

"LUTA PELA CONSERVAÇÃO SE ARRASTA A ANOS"

DESDE A DÉCADA DE 50, OCORREM MOVIMENTOS EM DEFESA DO BARCO

Movimentos pela preservação do Vapor Blumenau I existem desde o final da década de 50. Em 1959, o cidadão Pedro Nogueira da Luz, auto-denominado "um blumenauense em Curitiba" resolveu resgatar a dignidade do barco, marco histórico do crescimento da região, já então ameaçado pela deterioração. Escreveu cartas a diversas autoridades, inclusive o então Presidente Juscelino Kubitscheck, com o intuito de apressar o processo de doação do vapor. Um mês depois a prefeitura detinha sua posse.
A origem do Vapor remete à Blumenau do século passado, quando o comércio e a indústria locais começavam a se desenvolver, criando a necessidade de comunicação mais eficiente com o resto do Estado e do país.
Em substituição ao Vapor Progresso, o primeiro a operar, o Blumenau I foi construído em 1894, na Alemanha. Era maior e mais possante que seu antecessor. No ano seguinte ele chegava desmontado a Itajaí, onde foi reconstruído, vindo para Blumenau no mes de junho. Trazia a bordo o governador do Estado, Hercilio Luz, que vinha assistir  a Festa dos Atiradores.
Durante toda sua vida útil, o barco fez o trajeto Blumenau-Itajaí-Blumenau, transportando passageiros e rebocando chatas e lanchas repletas de cargas.
Na enchente de 1911, juntamente com o Vapor Progresso, prestou heróicos serviços resgatando vidas e os bens de familias da cidade e arredores.
Em 1919, sua administração passou a ser de responsabilidade da estrada de Ferro de Santa Catarina. Uma década depois tornaram-se muito comuns os piqueniques a bordo do Vapor, que levava as familias para passeios até a Itoupava Norte.
O desenvolvimento da rede rodoviária e o aperfeiçoamento dos meios de transpportes terrestres, no fim dos anos 40, acabaram pr tornar inviável a exploração da navegação fluvial. Então no ano de 1952, o Vapor foi definitivamente afastado do seu serviço. Ficou ancorado por 7 anos num ribeirão da Itoupava Seca, até ser redescoberto por Pedro Luz. Após sua doação à prefeitura, estsa transferiu para o Kennel Club, para que nele fosse instalada a sua sede. sem condições de reformar o barco, o clube abriu mão de sua posse e o Vapor teve que esperar mais alguns anos até ser consertado e posto na Prainha, onde se localiza ainda hoje.
Os anos continuaram passando, deixando as suas marcas no casco do Vapor. Em 1972, membros da comunidade apelavam para que se reformasse a embarcação. Mas só foram atendidos em 1985, depois das duas grandes cheias terem destruído grande parte deste simbolo blumenauense.

- Matéria publicada no Jornal de Santa Catarina nos dias 29/30 de maio de 1994.

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